Mais sobre: 10 coisas para ver e fazer no bairro de Belém, em Lisboa
O bairro de Belém fica na foz do rio Tejo e é famoso pelo Mosteiro dos Jerónimos e pela Torre de Belém, dois exemplos do estilo manuelino. Esta corrente artística é muito típica de Portugal e irá surpreendê-lo com a sua decoração extravagante. Apresento-lhe as melhores coisas para fazer neste bairro tão autêntico de Lisboa.
1. Faça uma visita guiada
Qualquer viagem a Lisboa deve necessariamente passar por Belém. Esta zona está muito ligada à história colonial de Portugal; a partir destas mesmas margens, as caravelas partiam da Europa para chegar às costas do Brasil ou às possessões ultramarinas na Índia.
Ao escolher uma visita guiada, poderá descobrir este bairro com um guia experiente que o levará a conhecer os principais destinos do bairro: o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém. Esses passeios geralmente duram duas horas e começam na Praça do Império (em frente ao Museu da Marinha) ou na Doca de Bom Sucesso, nas margens do rio.
Os melhores passeios em Belém
Não pense que todos os passeios por Belém são iguais, há diferentes maneiras de conhecer o bairro. Estes são os mais populares:
- Excursão guiada a pé por Belém - a partir de 35 €
- Excursão de tuktuk pela zona de Belém de Lisboa - a partir de 82 €
- Excursão de segway pelo rio Tejo e Belém em Lisboa - a partir de 73 €
2. Visite a obra-prima da arquitetura manuelina
Seja qual for o passeio que escolher, durante o seu percurso por Belém irá passar pelo Mosteiro dos Jerónimos, um majestoso edifício religioso que domina a Praça do Império. A sua história está ligada às explorações marítimas e à figura de Vasco da Gama. Em 1497, o navegador português partiu do porto de Santa Maria de Belém, contornou a costa oeste de África, dobrou o Cabo da Boa Esperança e chegou a Calicut (Índia) a 20 de maio de 1498. Um ano depois, dois barcos regressaram a Portugal carregados de especiarias. Para celebrar esta nova rota comercial, o rei Manuel I decidiu construir uma grande igreja e encomendou o projeto ao arquiteto Diogo de Boitaca.
A primeira paragem é a Igreja de Santa Maria de Belém, um templo gótico com grandes colunas e os túmulos de quatro monarcas portugueses, Luís de Camões e Vasco da Gama. Outro ambiente que não pode perder é o claustro de dois andares em estilo manuelino. Ambos os andares estão ricamente decorados com gárgulas, símbolos náuticos, medalhões, azulejos e muito mais. De outubro a abril, abre das 10h às 17h, enquanto de maio a setembro fecha às 18h30.
Quando estiver na igreja do mosteiro, olhe para cima, para a abóbada do cruzeiro. Esta extraordinária cúpula caracteriza-se pela sua estrutura que lembra uma teia de aranha, mas, apesar da sua altura e tamanho, não é sustentada por nenhuma coluna!
3. Descubra o símbolo da cidade: a Torre de Belém
A Torre de Belém ergue-se num local emblemático de Lisboa: sobre a antiga praia do Restelo, de onde partiam os navios para o Brasil, África e outras colónias ultramarinas. A construção começou durante o reinado de Manuel I e tem a assinatura de Francisco de Arruda. O arquiteto projetou o baluarte de Azamor, uma localidade na costa atlântica de Marrocos, e a sua estadia no país do Magrebe reflete-se na decoração da torre, que se destaca pelos elementos de estilo árabe.
A Torre de Belém está aberta de terça a domingo, das 10h às 17h30 (entre outubro e abril) ou das 10h às 18h30 (entre maio e setembro).
Antes de entrar, pare um minuto para ver a gárgula do rinoceronte, uma escultura que retrata este animal. A estátua esconde uma história singular ligada às explorações marítimas do século XVI. Em 1513, o almirante Afonso de Albuquerque regressou da Índia com um rinoceronte e ofereceu-o como presente a Manuel I: era a primeira vez que este animal selvagem pisava solo europeu. Na corte real, questionaram-se se ele era tão forte quanto um elefante e, para tirar as dúvidas, o monarca fez com que eles se enfrentassem em um combate mortal. Segundo a lenda, o rinoceronte venceu e o rei quis homenagear o «animal mais forte do mundo».
4. Admire o monumento que comemora os navegadores portugueses
A poucos metros da Torre de Belém ergue-se uma torre que lembra uma caravela: o Padrão dos Descobrimentos. O monumento comemora os 500 anos da morte de Henrique, o Navegador, uma figura chave da história portuguesa.
No lado oposto da proa, uma grande cruz completa o monumento e na sua base encontra-se uma porta. Por trás desse limiar, há um pequeno museu que ilustra as rotas dos navegadores portugueses. A partir daqui, pode subir ao miradouro que oferece vistas esplêndidas sobre a ponte desportiva, o rio Tejo, a Ponte 25 de Abril e o Mosteiro dos Jerónimos. Se gosta de miradouros, escolheu a cidade certa. Lisboa também é famosa pelos seus miradouros, e os mais apreciados encontram-se no bairro vizinho de Alfama.
** De outubro a fevereiro, o Padrão dos Descobrimentos fica fechado às segundas-feiras**, enquanto nos outros dias abre das 10h00 às 18h00. Por outro lado, de março a setembro, abre todos os dias das 10h00 às 19h00.
5. Admire a cidade a partir do Tejo
Para ver a torre, o Mosteiro dos Jerónimos e o Padrão dos Descobrimentos de uma perspetiva diferente, pode optar por um cruzeiro fluvial pelo Tejo. As excursões partem do porto de Belém ou de outros bairros centrais de Lisboa. Uma boa opção pode ser um passeio de barco ao pôr do sol. Desta forma, poderá ver os principais monumentos da capital portuguesa enquanto navega pelas águas do rio.
Os barcos costumam chegar à Praça do Comércio passando por baixo de um dos ícones da cidade: a Ponte 25 de Abril, a ponte suspensa mais longa da Europa. Inaugurada em 1966 como Ponte Salazar, mudou de nome após a Revolução dos Cravos de 1974. Pela sua forma e cor vermelha, assemelha-se à Golden Gate de São Francisco.
Se viajar para Lisboa no verão, recomendo reservar os passeios com antecedência. Nos meses quentes, estas excursões são muito concorridas.
6. Reviva o passado no Museu das Carruagens
Até ao século XIX, as longas avenidas e as íngremes colinas de Lisboa eram percorridas por uma multidão de carruagens. A realeza deslocava-se em carruagens luxuosas e ricamente decoradas, e muitas delas deixaram as ruas para serem acolhidas no Museu Nacional dos Carruagens.
O museu está dividido em duas partes: alguns veículos repousam no Picadeiro Real (a antiga arena equestre da realeza lusitana), outros numa estrutura moderna projetada pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha. Ambos os edifícios estão localizados na Praça Afonso de Albuquerque.
Se vier do centro de Lisboa, pode apanhar o elétrico 15 até à paragem Belém. A viagem dura cerca de vinte minutos. Se é apaixonado por meios de transporte, recomendo visitar o Museu da Carris, uma instituição cultural que alberga autocarros de dois andares, carruagens de metro, carruagens puxadas por cavalos, elétricos e muito mais. A partir da Praça Afonso de Albuquerque, deve apanhar o elétrico 15 (desta vez na direção oposta) e descer na paragem Estação De Santo Amaro.
7. Faça uma paragem na Casa Pastéis de Belém
Em Lisboa, os pastéis de Belém são uma instituição e a pastelaria que utiliza a receita original do século XIX fica nesta zona da cidade. Estamos, naturalmente, a falar da Casa Pastéis de Belém, o estabelecimento da Rua de Belém 84. Vai reconhecê-la pelos azulejos da sua fachada e pela fila que muitas vezes se forma à entrada. Os bolinhos que saem diariamente deste local são uma delícia para o paladar e vale a pena esperar um pouco. Além dos pastéis, também pode comprar um Bolo Inglês, sortidos doces e salgados e compotas.
Durante a época natalícia, a oferta do local é complementada com o bolo-rei e o bolo-rainha, duas versões portuguesas do roscón de reyes. Se viajar nesta época, recomendo que leia o post 10 coisas para ver e fazer em Lisboa em dezembro.
8. Mergulhe na arte moderna e contemporânea
A uma curta distância do Mosteiro dos Jerónimos encontra-se o Museu Coleção Berardo, agora convertido no Museu de Arte Contemporânea, uma instituição cultural que reúne mais de 900 obras das principais correntes artísticas dos séculos XIX e XX.
Entre as criações mais relevantes, devemos mencionar obrigatoriamente «Femme dans un fauteuil» e «Tête de femme» de Picasso, «Brillo Box» de Andy Warhol (cubos de madeira que recriam as embalagens das esponjas) e «Edipo e a Esfinge segundo Ingres» de Francis Bacon. O museu ganhou um «Traveller's choice» do Tripadvisor em 2021 e garanto-lhe que vale a pena visitá-lo. Fica na Praça do Império e a entrada geral custa aproximadamente 5 €.
O conselho do Mateo
Se gosta de arte contemporânea e visita a capital portuguesa durante o fim de semana, está com sorte. Aos sábados, a entrada é gratuita!
9. Aproxime-se para conhecer o recém-chegado ao bairro: o MAAT
A margem do rio abriga uma instituição cultural de grande interesse: o MAAT, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa. Ele fica ao lado da antiga central elétrica da cidade e sua forma simula uma onda sobre o Tejo. Inaugurado em outubro de 2016, abriga exposições de artistas, arquitetos e pensadores contemporâneos. Também é usado para alguns concertos e projeção de filmes.
Em termos arquitetónicos, este edifício caracteriza-se pelos 15 000 azulejos tridimensionais que refletem os reflexos da água e pelo seu miradouro público com vista para a outra margem do Tejo. Os dois edifícios que o compõem (Central – Museu da Eletricidade e MAAT) estão abertos das 11h às 19h, de quarta a segunda-feira.
Para completar a visita, pode tomar algo no maat Café & Kitchen, um restaurante que oferece cozinha de autor de estilo mediterrâneo. A sua especialidade são os peixes e mariscos da costa portuguesa.
10. Atravesse a porta de um estádio icónico
É fã de futebol? Então vai gostar de saber que o bairro de Belém acolhe o estádio do Os Belenenses, a terceira equipa de Lisboa e a quarta em número de adeptos a nível nacional. O Estádio do Restelo é a sua casa desde 23 de setembro de 1956, quando os locais venceram por 2 a 1 contra o mais poderoso Sporting. O estádio tem capacidade para 19 856 espectadores e oferece uma vista deslumbrante sobre o Mosteiro dos Jerónimos e o rio. Se quiser, pode visitá-lo com uma visita guiada. Se estiver interessado, recomendo que consulte o site oficial.