Jerusalém em 3 Dias: um guia para tirar o máximo proveito da sua visita

Jerusalém é uma cidade mágica, por isso, prepare as suas sapatilhas mais confortáveis para explorar os seus bairros e monumentos em 3 dias. Aqui está uma lista dos lugares mais especiais que não pode perder!

Ana Caballero

Ana Caballero

leitura de 9 minutos

Jerusalém em 3 Dias: um guia para tirar o máximo proveito da sua visita

Vista de personas con vestido negro |©Beto.M.R

Jerusalém é uma cidade israelita onde é fácil preparar um itinerário para uma viagem de 3 dias. Isto porque as suas principais atracções estão condensadas na famosa Cidade Velha, uma área composta por quatro bairros emblemáticos. Encontrará monumentos bem conhecidos como o Santo Sepulcro, a Torre de David, o Muro das Lamentações, entre outros. Está ligado através de portões e passagens, de facto, pode passar de um bairro para outro sem sequer se aperceber.

Claro que vai querer ver todas as facetas da cidade e tirar partido das melhores coisas para fazer em Jerusalém. É por isso que, na sua visita, recomendo também que dê um passeio por Ein Karem, uma aldeia nos arredores da cidade; ou visite Yemin Moshe, uma boa alternativa para fazer turismo na Terra Santa, pois é um dos bairros mais antigos nos arredores da Cidade Velha. Aqui estão todas as opções para conhecer a cidade numa viagem de 3 dias!

Dia 1: Explorar os bairros arménio e cristão da Cidade Velha

Caminhando pela Via Dolorosa, Jerusalém.|©boriskhol
Caminhando pela Via Dolorosa, Jerusalém.|©boriskhol

A Cidade Velha é um ponto obrigatório entre os melhores passeios em Jerusalém. Passear pela Cidade Velha é sinónimo de arte, cultura e história. É protegida por 8 portões e muralhas antigas, e é composta por quatro bairros locais. O primeiro dia pode ser passado no Bairro Arménio e no Bairro Cristão, que estão localizados a uma curta distância um do outro.

O bairro crist ão é um dos bairros mais antigos e caracteriza-se pelas visitas ao Santo Sepulcro. É uma zona rodeada de basílicas, onde se pode ver a Porta de Damasco e a Porta de Jaffa que liga os bairros arménio, cristão e muçulmano. É também o local onde se encontra a Via Sacra ao longo da Via Dolorosa.

Via Dolorosa

A Via Dolorosa começa na Porta dos Leões, onde se situa o Monte das Oliveiras. O acesso ao Monte das Oliveiras é gratuito e oferece vistas panorâmicas de Jerusalém e uma visita ao Cemitério Judaico. Depois de uma paragem rápida, pode começar a rota sagrada. É uma rua cheia de contrastes, pois é uma passagem movimentada onde as petições se misturam com os vendedores ambulantes.

Sem dúvida, a melhor maneira de percorrer a Cidade Velha de ponta a ponta, sem muito esforço. Este passeio leva-o através das 14 estações da dolorosa crucificação de Jesus Cristo. A sua próxima paragem neste itinerário está mesmo ao virar da esquina, uma vez que o último troço da Via Dolorosa tem lugar no Santo Sepulcro. As melhores excursões locais oferecem visitas guiadas, embora possa facilmente fazer o percurso por si próprio. Tenha em conta que são quase dois quilómetros, por isso leve roupa confortável e hidratação. Além disso, durante este passeio reflexivo, prepare-se para apreciar:

  • A Igreja da Flagelação, onde se acredita que Pilatos condenou Jesus.
  • O Cardo Romano, uma zona repleta de lojas de artesanato, gastronomia e galerias de arte.

O Santo Sepulcro

A Basílica do Santo Sep ulcro é um local sagrado, construído sobre o túmulo de Cristo. A entrada é gratuita, pelo que tende a ser muito concorrida. É importante mostrar uma atitude de respeito, pois verá centenas de pessoas de diferentes nacionalidades com cruzes às costas. Esta visita emocional levá-lo-á a explorar o interior desta estrutura arqueológica, bem como a descobrir os mosaicos históricos que contam a história da vida de Jesus.

Situa-se no bairro cristão e, como já referi, a Via Dolorosa termina aqui mesmo, embora possa ir a pé em menos de 7 minutos ou apanhar o autocarro turístico da cidade. Note-se que é guardada por várias comunidades, incluindo gregos, arménios, coptas, franciscanos, etíopes e sírios. Por isso, há horários de oração diferentes para cada comunidade. No entanto, as chaves estão à guarda de uma família muçulmana desde 1192. Pode fazer uma visita guiada à cidade, a pé ou de autocarro, para fazer uma paragem nesta igreja. Neste santuário, recomendo-vos que o apreciem:

  • Monte Calvário: é uma representação do que foi o monte onde Jesus foi crucificado, para lá chegar é preciso subir um lance de escadas. A igreja foi objeto de reconstruções, mas as escadas datam de 1757. A colina também merece uma visita se quiser ver uma pedra da época, que foi preservada durante séculos.
  • A Edícula: há anos atrás, a área foi explorada em busca do túmulo de Jesus, uma vez localizado, os restos de pedra foram resgatados e preservados numa câmara na igreja.
  • A Capela de Santa Helena: o seu nome é uma homenagem a Helena de Constantinopla, que teve a tarefa de procurar o túmulo de Jesus. A cruz onde se crê que Jesus Cristo foi crucificado é conservada aqui.

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Torre de David

O próximo destino levá-lo-á ao Bairro Arménio, onde poderá caminhar durante pelo menos seis minutos ao longo da Christian Quarter Rd/Ha-Notsrim St/Mesihi. Também pode ir de carro do Santo Sepulcro pela Rua do Patriarcado Grego e pela Rua do Patriarcado Greco-Católico para lá chegar em menos de dois minutos. Pode ainda apanhar as linhas de autocarro 13, 18 e 38. Na Torre de David, encontrará um dos melhores museus de Jerusalém, que alberga os restos do Palácio de Herodes.

No local, encontrará mais de 3.000 anos de história, por exemplo, no pátio central, encontrará monumentos recuperados da antiga cidadela de Jerusalém. Para saber mais sobre o património arquitetónico da cidade, pode visitar a secção com modelos de diferentes períodos históricos. A entrada custa a partir de 10 euros e, antes de continuar o seu itinerário, recomendo que aproveite as vistas panorâmicas oferecidas por este edifício. Ao lado, pode visitar a histórica Porta de Jaffa, que é uma das portas mais importantes da Cidade Velha de Jerusalém.

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Dia 2: Visita aos souks do bairro muçulmano, ao Muro das Lamentações e aos segredos do bairro judeu

Jerusalém, Bairro Muçulmano|©Hakeem Ji
Jerusalém, Bairro Muçulmano|©Hakeem Ji

A Cidade Velha é tão grande que vai precisar de outro dia. Algumas das melhores coisas para fazer em Jerusalém situam-se aqui, pelo que passará uma boa parte da viagem a deambular pelas suas portas, muralhas e ruas estreitas. No segundo dia, recomendo que comece cedo para poder visitar o Bairro Muçulmano, considerado a parte mais antiga da Cidade Velha. Aqui é possível explorar os labirintos históricos, os souks e a Esplanada das Mesquitas.

Já o Bairro Judeu é uma zona mais tranquila, onde é possível entrar nas sinagogas e entrar no Muro das Lamentações, que fica ao lado do Bairro Muçulmano.

Souks do Bairro Muçulmano

O souk do Bairro Muçulmano é um ótimo local para comprar lembranças tradicionais e especiarias. As suas ruas movimentadas estão repletas de bancas para uma autêntica experiência ocidental. Os cheiros, os sabores e as sensações são incomparáveis com qualquer outra experiência na cidade. Curiosamente, ainda mantém a sua estrutura medieval e estende-se desde a Porta de Damasco.

Se quiser levar para casa uma recordação de Jerusalém, esta é a oportunidade perfeita. Encontrará roupas e trajes tradicionais, lâmpadas de óleo, cervejas tradicionais, tâmaras de Jericó e muito mais. O Muro das Lamentações e a Esplanada das Mesquitas são facilmente acessíveis a partir daqui, uma vez que se encontram a uma curta distância a pé. As melhores excursões locais reservam frequentemente becos para explorar a gastronomia local.

Muro Ocidental

Depois de alguns minutos a pé pelas ruas estreitas do bairro muçulmano, chega-se ao bairro judeu, onde se encontra o famoso Muro das Lamentações. É um local sagrado, onde se realizam orações e actividades culturais. É definitivamente uma paragem obrigatória, onde se pode juntar à energia judaica, tirar fotografias e aprender mais sobre a história local. Durante o Shabbat (de sexta-feira a sábado), é difícil entrar na zona de oração e os telemóveis são normalmente proibidos.

Se estiver à procura de coisas para fazer em Jerusalém no Natal, pode aproveitar o ritual de acender velas de Hanukkah no muro. Outra tradição é escrever desejos ou orações num pedaço de papel, a ser deixado entre as paredes. Uma vez colocado o papel, não se pode voltar a retirá-lo. Normalmente, são levados anualmente para o Monte das Oliveiras, onde são enterrados.

Por vezes, é lida a Torah, conhecida como a lei judaica. Se não tiveres um exemplar, podes comprar um nas máquinas de venda automática entre as passagens do muro. Além disso, ser-lhe-á pedido um passaporte para entrar, e certos metais são proibidos. Está aberto todos os dias, a todas as horas, e a entrada é gratuita. Note-se que, ao contrário do que acontece noutros países ocidentais, as mulheres não precisam de se cobrir. Os homens, no entanto, devem cobrir a cabeça com um kippah.

Esplanada das Mesquitas e Túneis do Kotel

A Esplanada das Mesquitas situa-se mesmo ao lado do Muro das Lamentações, sendo o seu acesso feito pela Porta Al-Mughradia. Fazendo fronteira com o Bairro Muçulmano e o Bairro Judeu, é sem dúvida uma das melhores coisas para ver em Jerusalém. Tem um património histórico interessante, uma vez que a Arca da Aliança era aqui guardada. Trata-se de uma arca que contém os 10 mandamentos da Bíblia.

Além disso, o Primeiro e o Segundo Templos foram construídos aqui, mas ambos foram destruídos. Atualmente, apenas restam fragmentos no Muro das Lamentações. Também se pode ver a Cúpula da Rocha, que é feita de ouro. A sua majestade pode ser vista de qualquer ponto da cidade. De notar que os turistas só podem visitar a esplanada de quinta-feira a domingo, entre as 7h30 e as 10h30 ou entre as 12h30 e as 13h30, embora seja habitualmente mais movimentada, pelo que deve chegar cedo se quiser evitar as filas de espera.

Os túneis do Kotel, por outro lado, são passagens sob o Muro Ocidental onde a Pedra Ocidental é guardada. Os habitantes locais afirmam que são uma viagem no tempo, pois albergam achados arqueológicos, aquedutos da antiga cidadela, apresentações de realidade virtual através de óculos e exposições interactivas. É uma experiência completamente diferente das ruas movimentadas que rodeiam a muralha. O preço desta atividade começa nos 8 euros e só está disponível de quinta a domingo.

Sinagogas Sefarditas

As quatro Sinagogas Sefarditas são a principal atração do Bairro Judeu. Trata-se de um complexo interligado, que fica a oito minutos a pé e a dois minutos de carro do túnel da muralha. É uma visita fora do comum, onde poderá apreciar o seguinte:

  • Sinagoga Eliahu Ha-navi: é asinagoga mais antiga, dedicada ao profeta Elias e ao estudo da história da Torá judaica.
  • Sinagoga Yochanan Ben-Zakai: originalmente uma escola rabínica, até ser destruída juntamente com o Segundo Templo.
  • Sinagoga de Istambulli: a maiorsinagoga, atualmente propriedade de uma comunidade espanhola e portuguesa.
  • Sinagoga Kahal Tsion: o seu interior teve múltiplas utilizações, desde um pátio judaico para mulheres, a uma espécie de albergue durante a famosa Festa dos Tabernáculos.

Além disso, mesmo ao lado, encontra-se a Sinagoga Hurva, um edifício bizantino com pilares imponentes. Aqui encontrará um terraço que oferece as melhores vistas de Jerusalém. As salas de oração estão divididas numa ala feminina e numa ala masculina.

Faça uma visita guiada ao bairro judeu ortodoxo

Dia 3: Desfrute de um passeio fora dos circuitos habituais em Ein Karem e Yemin Moshe

Teddy Park no Mitchell Park & Gardens|©Shalva Mamistvalov
Teddy Park no Mitchell Park & Gardens|©Shalva Mamistvalov

Para concluir este itinerário, convido-o a sair do comum. Jerusalém é conhecida pelas suas visitas religiosas, experiências culturais e tradições. No entanto, há muito mais para ver. Yei Moshe é um bairro encantador e romântico, com uma variedade de atracções e planos modernos. Ein Karem é conhecido como o local onde Maria pregou o Magnificat.

Parque Mitchell

O Mitchell Park é um parque aquático, situado para além das muralhas da cidade, no bairro de Yemin Moshe. Mais concretamente, situa-se a sudoeste. É uma das melhores coisas para fazer em Jerusalém, especialmente no verão. De facto, é considerada uma das zonas mais recomendadas para ficar na cidade. Há alguns anos, era utilizado como aqueduto, mas hoje em dia é uma agradável paragem turística.

Está também rodeado por modernas casas de pedra, o que lhe confere um ambiente acolhedor. A vantagem é que é uma zona menos movimentada, com poucos turistas por perto. Também pode visitar Mishkenot Shaananim, o primeiro bairro judeu fora da Cidade Velha. Tenha em atenção que, sendo uma zona residencial de luxo, os preços são mais elevados.

Colónia alemã

Para continuar o seu itinerário, recomendo que apanhe o autocarro South Buses, que passa de dez em dez minutos. Pode optar pelo 231, 232 e 234, ou pelo Superbus, Egged ou South Baher Bus. Irá até Colonia Alemana, uma zona residencial onde se pode apreciar o estilo de vida local. Encontrará comunidades alemãs, bem como um dos melhores museus da cidade: o Museu de História Natural.

Este museu é um espaço educativo, ideal para uma visita com crianças. Caracteriza-se por exposições de flores, animais empalhados e até dinossauros. Aproveite para passear pelas suas pequenas ruas, onde encontrará espaços verdes, actividades ao ar livre, restaurantes e cafés alemães.

Igreja da Natividade de São João Batista

Por fim, pode entrar em Ein Karem, um bairro pitoresco onde se encontra a Igreja da Natividade de São João Batista. A partir da Colina Alemã, pode apanhar o autocarro e apreciar a paisagem durante cerca de quarenta minutos. Este enclave religioso pertence à ordem franciscana e acredita-se que tenha sido construído sobre a casa de Zacarias, o pai de João. Note-se que normalmente não é muito concorrido, mas no verão atrai centenas de turistas que celebram o nascimento de João Batista.

Esta celebração tem geralmente lugar no final de junho e a peregrinação faz normalmente parte das actividades religiosas. Também pode fazer visitas guiadas para conhecer a evolução desta igreja. Por exemplo, conhecerá as escavações bizantinas, que revelaram um lagar de azeite que funcionava na aldeia há séculos. Para terminar a visita, pode passear pelo bairro, cujas aldeias o deixarão maravilhado e com vontade de continuar a desfrutar de Jerusalém.

Além disso, se planear visitar Belém a partir de Jerusalém, pode também visitar a Igreja da Natividade, onde se crê que Jesus nasceu.