Dicas para visitar Auschwitz saindo de Cracóvia

A visita ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau é, sem dúvida, uma das visitas mais interessantes que fará durante a sua viagem. Conhecerá uma parte da história de um ponto de vista completamente novo: como era a vida nos campos de trabalho onde milhares de judeus perderam a vida.

A visita pode não ser totalmente agradável, mas quando lá chegar vai aperceber-se de que tudo é preservado com o maior respeito pelas vítimas. Se não quiser que nada estrague a sua visita, aqui ficam alguns conselhos a seguir:

Infelizmente, Auschwitz-Birkenau é um lugar sombrio, com demasiado contexto histórico e demasiadas histórias por detrás. O primeiro campo, Auschwitz I, está muito bem conservado e há casernas transformadas em salas de exposição-museu explicativas e bem contextualizadas, mas Auschwitz II é praticamente um deserto.

Para perceber bem o que se está a ver, para compreender o quotidiano das vítimas que por aqui passaram e, sobretudo, para mergulhar num capítulo da história que, ainda hoje, parece ficção científica, é essencial ser acompanhado por um guia especializado.

Ao longo da visita, será ajudado a situar-se, explicando-lhe em que consiste cada área do local e como era o quotidiano nestes campos de extermínio. Na minha opinião, vale 100% a pena participar numa excursão a Auschwitz a partir de Cracóvia para tirar o máximo partido da sua visita.

Como sempre, quando se viaja, é melhor verificar a previsão do tempo com antecedência, mas em Auschwitz isto faz especial sentido. Durante grande parte da visita , estará ao ar livre, sem tectos que o protejam em caso de chuva e, claro, exposto a temperaturas frias no inverno (o campo pode mesmo estar coberto de neve).

Se a isto juntarmos o facto de a segunda parte da visita se realizar no segundo campo, que é praticamente um terreno baldio, é essencial usar sapatos confortáveis e agasalhar-se bem se a previsão apontar para temperaturas baixas. A sensação de frio no meio do campo é muito forte.

Não é raro que o estômago se feche durante as horas da visita. Pessoalmente, não recomendo que coma perto do acampamento, mas que espere até regressar à cidade para comer em paz e sossego, depois de ter processado toda a informação da excursão.

Se mesmo assim quiser estar preparado para o caso de ter vontade de comer, pode sempre levar alguns snacks na mochila para comer na ida ou na volta. À entrada de Auschwitz há um quiosque para visitantes onde se podem comprar sandes, snacks ou refrescos, mas não o recomendo muito.

Perto do museu, na aldeia de Oświęcim, há um restaurante onde pode tentar a sua sorte se tiver decidido fazer a excursão por conta própria (só não arrisque apanhar o último autocarro de regresso para não o perder).

Nota-se logo que se entra, mas Auschwitz é um lugar de respeito, arrependimento e uma atmosfera bastante tensa. Não é o melhor local para tirar fotografias artísticas, pois muito do que verá são locais onde muitas pessoas foram torturadas e mortas, e ao longo da visita verá as suas fotografias, roupas, pertences...

Pode tirar fotografias em quase todos os locais (especialmente nas partes exteriores da visita), mas o meu conselho é que o faça sempre com respeito.

Pessoalmente, não recomendo esta excursão a crianças muito pequenas, embora, evidentemente, isto faça parte da história da humanidade e, a dada altura, elas terão de enfrentar a realidade e estudá-la na escola. Mas se ainda forem muito pequenas ou particularmente sensíveis, saibam que a visita é muito pormenorizada.

Ao longo da visita, passará pelas câmaras de gás e ser-lhe-á explicado como milhares de pessoas foram amontoadas em carruagens de comboio para serem exterminadas. Se é incompreensível e doloroso para os adultos, pode ser desnecessariamente perturbador para uma criança e pode manchar a sua memória da viagem.

Mesmo assim, se decidir fazer a visita guiada, tente não se deter nos pormenores ou nas salas mais sinistras, contextualize a criança antes de a visitar e explique-lhe o que aconteceu da forma menos dramática possível. Se for com um carrinho de bebé, terá acesso a quase todo o campo, exceto às salas mais pequenas e apertadas, onde o carrinho terá de ser mantido no exterior por razões de espaço.

Mesmo que não lhe apeteça ver um documentário porque prefere ir diretamente explorar os locais do campo, posso garantir-lhe que vale a pena. É muito curto (cerca de 15 minutos) e situá-lo-á no contexto de tudo o que está prestes a ver.

É uma breve introdução, mas contém imagens reais do campo e dos seus reclusos, do seu modo de vida, um resumo da história da formação do campo... em suma, altamente recomendado.

A visita é um passeio a pé pelos vários hectares de Auschwitz I e II, pelo que quanto mais leve for a sua bagagem, melhor. Existem cacifos à entrada onde pode deixar os seus pertences, mas se levar consigo bagagem volumosa, corre o risco de esta não caber e, por conseguinte, não poder fazer a visita.

Deixe toda a bagagem volumosa no hotel e chegue aqui apenas com o suficiente: uma mala de mão ou uma mochila pequena. Se precisar de um lugar para deixar a sua bagagem porque já fez o check-out do seu alojamento, verifique se pode deixá-la na receção do hotel ou num depósito de bagagens no centro da cidade ou na estação ferroviária de Cracóvia.

Se tiver excluído a opção de participar numa visita guiada e preferir comprar bilhetes para Auschwitz e visitá-lo por sua conta, terá de organizar a sua própria viagem a partir de Cracóvia.

Embora viajar de comboio seja normalmente muito confortável, neste caso o autocarro faz uma viagem mais direta (e, portanto, mais curta). O primeiro autocarro parte às 6:20 da manhã e demora pouco mais de uma hora, deixando-o muito mais perto do campo de concentração do que o próprio comboio (a estação de comboios fica a cerca de dois quilómetros da entrada de Auschwitz).

Se precisar de mais detalhes sobre como planear a sua chegada, recomendo o meu artigo sobre como chegar a Auschwitz.

Por razões de segurança, terá de estar documentado para entrar no campo de concentração, por isso não se esqueça de trazer um bilhete de identidade ou passaporte válido com fotografia. Sem isso, receio que não lhe seja permitida a entrada em Auschwitz, por isso não se esqueça!

Embora o campo de concentração não esteja muito longe de Cracóvia e possa ser alcançado em pouco mais de uma hora, a visita ao interior do campo pode demorar duas a três horas.

Se a isto juntarmos a viagem de regresso e os tempos de espera nos transportes públicos, facilmente precisaremos de meio dia para a visita completa. Tenha isto em conta quando planear o resto do seu dia em Cracóvia, descobrindo onde e quando pode comer, que outras visitas pode fazer no mesmo dia, etc.

Pode consultar o meu artigo sobre Quanto tempo duram as excursões a Auschwitz se quiser mais pormenores sobre como organizar o seu dia.